22 de outubro - dia do Bem-aventurado João Paulo II
Num mundo marcado por tanto medo e insegurança, nosso Deus de amor e de misericórdia continua falando conosco e nos encorajando a que não tenhamos medo, mas continuemos confiando Nele, pois só assim conseguiremos experimentar na nossa vida o Seu poder e a certeza de Sua presença constante — assim como o experimentou nosso querido e bem-aventurado João Paulo II, que inaugurou a sua missão à frente da Igreja na Missa da sua tomada de posse como papa, no dia 22 de outubro de 1978, em Roma, dirigindo-se a nós e a todo o mundo com as seguintes palavras:
“Não tenhais medo. Abri, ou melhor, escancarai as portas a Cristo! Ao seu poder salvador, abri os confins dos Estados, os sistemas econômicos, assim como os políticos, os vastos campos da ciência e da cultura, de civilização e de progresso. Não tenhais medo. Cristo sabe o que existe dentro do coração humano. Somente Ele o sabe. Hoje o ser humano não sabe o que traz no interior de sua alma e do seu coração, muito frequentemente, encontra-se inquieto acerca do sentido da sua vida sobre esta terra. É invadido pela dúvida, que se transforma em desespero. Permiti, pois, eu vos peço, eu vos imploro com humildade e confiança, permiti a Cristo falar ao ser humano”.
Essas palavras soaram como a libertação de um catolicismo escondido, temeroso e enjaulado. Era o anúncio de uma fé viva e verdadeira. Não era um Deus da sociologia, de uma teologia silenciosa e apática, mas o Deus forte e misericordioso das Escrituras, da certeza que consola, da entrega que dá coragem. O Deus de Abrão que disse: “Nada temas, Abrão. Eu sou o teu protetor; tua recompensa será muito grande” (Gn 15,1), O Deus das evidências, do testemunho até o martírio.
E nesse mesmo dia, João Paulo II surpreende de novo. Quebra o protocolo e, de improviso, desce os degraus da Basílica. Ele vai ao encontro da multidão. Então, instintivamente, ergue a Cruz Pastoral, com se resgatasse um estandarte há muito tempo esquecido como um sinal de que é tempo de chamar o povo de Deus a “arrumar as tendas” e retomar o seu caminho.
No seu Testamento Espiritual encontram-se as seguintes palavras, onde podemos perceber, mais uma vez ecoar o “Não tenhais medo” e a sua tranquilidade e coragem para encarar a realidade da morte: “‘Vigiai, porque não sabeis o dia em que o Senhor virá’ (Mt 24,42). Estas palavras recordam-me o último chamado que ocorrerá no momento em que o Senhor quiser. Desejo segui-lo e desejo que tudo o que faz parte da minha vida terrena me prepare para esse momento. Não sei quando isso ocorrerá; mas, como tudo, também entrego esse momento nas mãos da Mãe do meu Mestre: Totus tuus. Entrego nas suas mãos de Mãe tudo e todos aqueles que fizeram parte de minha vida e da minha vocação, Nas suas mãos coloco, sobretudo, a Igreja; e também minha pátria e toda a humanidade. Agradeço a todos. A todos peço perdão. Peço também oração para que a misericórdia de Deus se mostre maior do que a minha fraqueza e indignidade. ’Nas tuas mãos, Senhor, entrego o meu espírito’" (Lc 23,46).
Hoje (22 de outubro) a Igreja celebra a memória litúrgica do nosso querido João Paulo II que na Festa da Misericórdia do próximo ano será declarado Santo.
Que o bem-aventurado “João de Deus”, homem forte e corajoso, continue intercedendo por nós, pela Igreja e pela humanidade, para que nada nos abale em nossa fé, mas, ao contrário, que cada vez mais nos fortaleçam as mesmas Palavras do Senhor, citadas propositalmente 365 vezes na Bíblia, como se a cada dia do ano Ele nos repetisse sempre de novo, com muito amor e carinho: “Não tenhais medo”.
Bem-aventurado João Paulo II, rogai por nós!
Pe. Ednilson de Jesus, MIC
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