Cada ferida, cada sofrimento, cada tribulação foram carregados sobre os próprios ombros do Bom Pastor, que Se ofereceu a Si mesmo e, com o seu sacrifício, abriu-nos a passagem para a vida eterna. As suas chagas abertas são a passagem através da qual se derrama sobre o mundo a torrente da sua misericórdia. Não nos deixemos roubar o fundamento da nossa esperança! Não privemos o mundo do feliz anúncio da Ressurreição! E não sejamos surdos ao forte apelo à unidade que ressoa, precisamente deste lugar, nas palavras d’Aquele que, já Ressuscitado, chama a todos nós «os meus irmãos» (cf. Mt 28, 10; Jo 20, 17).
Claro, não podemos negar as divisões que ainda existem entre nós, discípulos de Jesus: este lugar sagrado faz-nos sentir o drama com maior sofrimento. E no entanto, à distância de cinquenta anos do abraço daqueles dois veneráveis Padres, reconhecemos com gratidão e renovada admiração como foi possível, por impulso do Espírito Santo, realizar passos verdadeiramente importantes rumo à unidade.
Estamos cientes de que ainda falta percorrer mais estrada para alcançar aquela plenitude da comunhão que se possa exprimir também na partilha da mesma Mesa eucarística, que ardentemente desejamos; mas as divergências não devem assustar-nos e paralisar o nosso caminho. Devemos acreditar que, assim como foi removida a pedra do sepulcro, assim também poderão ser removidos todos os obstáculos que ainda impedem a plena comunhão entre nós.
Será uma graça de ressurreição, que já hoje podemos pregustar. Cada vez que pedimos perdão uns aos outros pelos pecados cometidos contra outros cristãos e cada vez que temos a coragem de dar e receber este perdão, fazemos experiência da ressurreição! Cada vez que, superados velhos preconceitos, temos a coragem de promover novas relações fraternas, confessamos que Cristo ressuscitou verdadeiramente!
Papa Francisco
«Não tenhais medo! Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou, como tinha dito. Vinde, vede o lugar onde jazia e ide depressa dizer aos seus discípulos: “Ele ressuscitou dos mortos”» (Mt 28, 5-7).
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