COMENTÁRIO DO EVANGELHO
DO DOMINGO
por Frei Heliodoro
Nestes próximos domingos, incluindo este, vamos refletir
sobre três parábolas conhecidas como parábolas do Reino. Jesus, com elas,
pretende sensibilizar-nos e interpelar-nos seriamente como vivemos a fé e o que
estamos fazendo por transmiti-la aos demais. Depois de ler e ouvir esta
parábola, a gente tem que entender que somos campo e semente do Reino de Deus.
Que classe de terreno e semente sou eu? Sou terra boa? Sou mato espinhento que
sufoca o crescimento? Ou sou caminho duro cheio de pedras onde nada cresce?
Se a mensagem de Deus não
chega até o fundo do coração é, porque andamos indigestos com alimentos que
perecem e nos dão satisfação imediata, mas não duradoura. Preferimos os
caminhos que acabam nos machucando, ferindo e deixando mais vazios? Optamos pelos
parâmetros de uma sociedade que nos empurra ao puro e duro relativismo fácil
com resultados lamentáveis? Colocamos no centro de tudo aquilo que a gente vê,
sente e apalpa, deixando de lado essa outra dimensão espiritual que nos oferece
a verdadeira felicidade pelo encontro pessoal com Deus? Quando é que preparamos
bem o terreno para acolher as sementes do Reino de Deus? Isso acontece quando
cultivamos os bens espirituais: a verdade e a vida, a alegria e a fé, a
esperança e a caridade, o otimismo e a confiança. Também quando trabalhamos
pela reconciliação e a paz e pelo bem estar geral e a justiça. Sintamos que
Jesus é quem semeia em nós a sua palavra. Como a recebemos? Façamo-la crescer,
tornemo-la em vida, não murchar. Façamo-la germinar em frutos de alegria, paz,
fraternidade e perdão.
Se aceitarmos as
sementes do maligno, sementes contaminadas de dúvidas e desesperanças,
injustiças e egoísmos, ódios e ressentimentos, prazeres efêmeros; o que nos
esperar quando estivermos na frente do Pai, tendo desprezado tudo aquilo que
Ele nos oferecia com carinho e garantia da felicidade?
Somos livres para
acolher ou não a pessoa e a doutrina de Jesus.
Se nos deixarmos
enrolar pelas teias de aranha da sedução dos bens imediatos, que passam
depressa, seremos os mais pobres e será difícil chegar ao bom destino. Se,
porém, formos ricos em valores do Reino na terra, seremos os grandes ricos para
alcançar a vida eterna.
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