NAQUELE TEMPO, Jesus
foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o
acompanharam. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam
admirados e diziam: “De onde recebeu ele
tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são
realizados por suas mãos? Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e
irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui
conosco?” E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus lhes dizia: ‘Um
profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares.’ E
ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhe as
mãos. E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das
redondezas, ensinando.
Comentário do Frei Heliodoro
Diz o Evangelho que Jesus ficou decepcionado com os
habitantes de Nazaré, aldeia onde Ele morava, por não o terem acolhido como
salvador e o desprezarem por ser de origem humilde. Diziam: “Não
é este o filho do carpinteiro?” Jesus, vendo que não havia fé nem
ambiente para pregar a Boa Nova, então disse esta frase história: “Nenhum
profeta é bem recebido em sua pátria”. Jesus foi embora e nunca mais
voltou lá. Foi pregar em outros lugares a mensagem da salvação.
Os grandes profetas de todos os tempos, por serem fiéis à missão de pregar a palavra, os
princípios e os valores do Reino de Deus, por não entrarem no jogo do suborno e
da adulação, por proclamarem a conversão, por zelarem pela verdade pura e sem
concessões, a maioria correu a mesma sorte que Jesus: mal vistos, humilhados,
perseguidos, desprezados, criticados e até mortos. Já os que desvirtuam a
doutrina, os que adulam, os que buscam a popularidade e os que subordinam tudo
a ganância, têm muitos seguidores.
Jesus se manifesta por meio de uma realidade que se chama
Igreja. Muitos creem em Deus, mas não na sua Igreja, porque eles somente
reparam o lado humano da mesma, nas suas fraquezas e misérias humanas e nos
seus erros reais ou imaginários. Pelos erros dos membros da Igreja, muitos que
se dizem cristãos, justificam sua falta de credibilidade nela. Embora muitos
membros da Igreja não estejam à altura do Evangelho, não impede que a Igreja
sinta-se chamada a ser porta voz de Cristo neste nosso mundo adormecido por
tantos analgésicos que paralisam a fé.
Jesus e a sua Igreja sempre foram ponto de contradição. Jesus
disse: “Se a mim perseguiram, também a vocês perseguirão”. A Igreja de
Deus, apesar das suas fraquezas, continua desenvolvendo sua missão profética em
favor dos mais necessitados, acolhendo enfermos, construindo e atendendo
hospitais e orfanatos em todos os cantos do mundo. O que ela recebe em troca?
Nunca, como hoje, a Igreja foi tão criticada pela mídia bem orquestrada, contra
ela. Pior seria que, diante da rejeição e as críticas, a Igreja deixasse de ser
Igreja, se acomodasse ou renunciasse à missão encomendada por Cristo, na
maneira de defender a vida, a justiça, a fraternidade, o matrimônio, a família
e os direitos humanos.
Nós todos, como membros e profetas da Igreja de Cristo e,
apesar das críticas e ataques, sejamos perseverantes na nossa missão cristã,
sendo profetas e testemunhas de amor limpo, da justiça e da solidariedade
cristãs. Deixemos que Jesus venha e faça a sua morada na Igreja, na nossa
sociedade e em cada um de nós para que, fazendo a nossa parte, Ele faça tudo
quanto superar nossa fraqueza.
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