“Nos primeiros 8 meses da invasão do Estado Islâmico, perdemos doze irmãs. O coração delas não suportou tanto sofrimento”.
Assim,
irmã Justina, das irmãs dominicanas de Santa Catarina de Sena, resume o drama
vivido por tantas religiosas obrigadas a escapar dos extremistas islâmicos.
Irmã Justina voltou ao Iraque há cerca de um ano e meio após
o convento onde vivia na Itália ter sido fechado. Hoje ela se encontra me
Ankawa, subúrbio de maioria cristã em Irbil, capital do Curdistão iraquiano.
A religiosa testemunhou o êxodo épico de cerca de 120 mil
cristãos e outras minorias na noite entre 6 e 7 de agosto do ano passado,
quando fugiram da Planície de Nínive para procurar abrigo no Curdistão.
“É impossível descrever o que aconteceu naqueles dias. Famílias inteiras perderam tudo. Por medo de serem mortos pelo Estado Islâmico, escaparam sem nem ao menos pegar seus documentos”.
Junto aos refugiados também chegaram à casa das dominicanas
em Ankawa muitas outras religiosas das cidades e dos vilarejos tomados pelos
terroristas.
“Chegaram em lágrimas, traumatizadas, cansadas, sujas”.
Entre elas estava irmã Lyca, que contou sobre as
intermináveis 10 horas de viagem para Irbil. Em 6 de agosto, enquanto muitos
outros moradores de Qaraqosh já haviam fugido, as religiosas permaneceram no
vilarejo cristão para apoiar os fiéis aterrorizados.
“Esperávamos que as ameaças durassem apenas alguns dias, mas quando os peshmerga (exército iraquiano) pararam de nos defender, percebemos que não restavam mais esperanças”.
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