São João Crisóstomo escreveu desta maneira sobre aqueles que, estando na igreja, criam distúrbio e deixam o templo antes da conclusão da Divina Liturgia:
"[...] Muitas pessoas não se aproximam da Sagrada Comunhão com temor e respeito, mas, sim, com perturbação de ânimo, disputando espaço com os outros, ardendo-se em irritação, vociferando, admoestando, empurrando o próximo, causando alvoroço.
Sobre isto falei frequentemente e não cessarei de fazê-lo. Será que as pessoas não percebem o comportamento ordeiro dos pagãos nos jogos Olímpicos quando o organizador passa pela arena com uma coroa em sua cabeça, com uma vestimenta longa, sustentando um bastão em sua mão, e o porta-voz declara que haja silêncio e ordem?
Não é mesmo obsceno que lá, onde o demônio reina, aconteça tal silêncio, e aqui, onde Cristo nos convida a Ele mesmo, haja semelhante tumulto? Na arena, silêncio, na igreja, tumulto! No mar, calmaria, e no porto, tempestade!
Quando se é convidado a uma ceia, não se deve sair antes das outras pessoas, mesmo que se esteja satisfeito antes dos outros, e aqui, onde o incrível Mistério de Cristo está sendo celebrado, enquanto a Liturgia ainda prossegue, pessoas partem no meio da celebração? Como pode isto ser perdoado? Como pode se justificar tal procedimento?
Judas, após receber a comunhão na última ceia, naquela que seria a noite final, partiu apressado enquanto os demais permaneceram à mesa. Estejam atentos... Que exemplo seguem aqueles que saem apressados antes da ação de graças final? [...]"
apud São João Crisóstomo, Doutor da Igreja, Homilia na Festa da Epifania
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