Bento XVI vive um tempo de oração, diz porta-voz do Vaticano
Recordando a data (nesta terça-feita, 11 de fevereiro, fará um ano da renúncia de Bento XVI ao ministério petrino), o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, foi entrevistado pela Rádio Vaticano. Ele conta que quem já acompanhava Bento XVI mais de perto entendia que havia uma reflexão sobre a renúncia. Tratava-se de um tema sobre o qual ele rezava, refletia, avaliava e fazia um discernimento espiritual.
“A clareza com a qual Bento XVI se preparou para este gesto e, diria, a fé com a qual se preparou, deu-lhe a serenidade e a força necessárias para cumpri-lo, seguindo com coragem e com serenidade, com uma visão verdadeiramente de fé e de espera pelo Senhor que acompanha continuamente a Sua Igreja”, declara padre Lombardi.
Na época da renúncia, uma das maiores dúvidas era sobre como seria a convivência entre dois “Papas”, algo inédito na história. Padre Lombardi revela que, quanto a isso, parecia claro para ele que não haveria nenhum temor, pois o papado é um serviço, e não um poder; logo, não gera dificuldade de convivência com o sucessor. “Há uma solidariedade espiritual profunda entre os Servos de Deus que buscam o bem do povo no serviço do Senhor”.
Quando renunciou, Bento XVI disse que continuaria servindo a Igreja com a oração. O porta-voz do Vaticano afirma que o Papa emérito sempre foi um homem de oração e, provavelmente, desejava ter um tempo para viver esta dimensão da oração com mais espaço, totalidade e profundidade. “E este é agora o seu tempo”.
Sobre o modo como vive, hoje, o Papa emérito, padre Lombardi diz que é uma vida discreta, sem dimensão pública, o que não significa uma vida isolada. Ele desenvolve atividades normais de uma pessoa idosa religiosa: uma vida de oração, de reflexão, de leitura, de diálogo, de encontro com pessoas que lhe são próximas. Entre esses relacionamentos, está aquele com o seu sucessor, o Papa Francisco, que já lhe visitou várias vezes.
“Parece-me que seja muito belo para nós quando temos aquelas raras imagens dos dois Papas juntos e que rezam juntos – o Papa atual e o Papa emérito: é um sinal muito belo e encorajador da continuidade do mistério petrino no serviço à Igreja”.
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