Santo Tomas de Aquino dizia: "Basta a Paixão de Cristo para servir de guia e modelo para toda a nossa vida". Conta-se que visitando um dia São Boaventura, o 'Doutor Angélico' lhe perguntou de que livros tinha ele tirado a doutrina tão boa que expunha nas suas obras. São Boaventura mostrou-lhe um Crucifixo já enegrecido pelos muitos beijos que lhe tinha dado e disse-lhe: 'Este é o livro que me dita tudo o que escrevo; o pouco que sei, aprendi-o aqui'.
No Crucifixo os santos aprenderam a sofrer e a amar de verdade, nele devemos nós também aprender.
Os padecimentos de Cristo anima-nos a fugir de tudo o que possa significar aburguesamento, apatia, preguiça. Avivam o nosso amor e afastam a tibieza. Tornam a nossa alma mortificada, ajudam-nos a guardar melhor os sentidos.
Se alguma vez o Senhor permite doenças, dores ou contradições especialmente intensas e graves, ser-nos-á de grande ajuda e alívio considerar as dores de Cristo na sua Paixão. Ele experimentou todos os sofrimentos físicos e morais, pois padeceu dos gentios e dos judeus, dos homens e das mulheres; padeceu dos príncipes, dos seus ministros e da plebe; padeceu também dos parentes e conhecidos, pois sofreu por causa de Judas, que o atraiçoou e de Pedro, que o negou. Padeceu dos amigos que o abandonaram; padeceu na fama, pelas blasfêmias que se proferiram contra Ele; padeceu na honra, pelas irrisões e zombarias que lhe infligiram; nos bens, pois foi despojado até as vestes; na alma, pela tristeza, pelo tédio e pelo temor; no corpo, pelas feridas e pelos açoites... padeceu tanto quanto o homem pode padecer.
Façamos o propósito de estar mais perto da Virgem nestes dias que precedem a Paixão de seu Filho, e peçamos-lhe que nos ensine a contemplá-lo nesses momentos em que tanto sofreu por nós.
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