Cristãos iraquianos se manifestam na Praça de São Pedro — esperam uma mobilização internacional contra os maometanos do ISIS, o que inclui, certamente, as ações militares, como a iniciada pelos Estados Unidos, mas também um posicionamento claro da Igreja e a utilização de todos os meios, entre eles as vias diplomáticas e a pressão moral que pode ser exercida pelo Papa sobre as autoridades políticas (não só vagos pedidos de paz, sem citar os carrascos e sem pedir medida efetiva alguma). Quando tudo está perdido e até crianças são decapitadas pelo simples fato de serem cristãs, soa ridícula a justificativa de que nossos líderes não se manifestam mais firmemente pelo temor de que ainda mais Cristãos sejam perseguidos.
Eis o modus operandi dos terroristas relatado pelo The Guardian:
Cristãos iraquianos que foram forçados a fugir da cidade de Mosul (norte do Iraque) sob a ameaça de conversão à força ou execução por jihadistas falaram de seu terror, enquanto igrejas eram transformadas em mesquitas e suas casas e propriedades confiscadas.A expulsão de uma das mais antigas comunidades cristãs provocou a condenação e aflição de figuras diversas, desde o Papa ao Primeiro Ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, que atacou o Estado Islâmico (Isis) por seus “crimes e terrorismo”.No último fim de semana, Isis deu aos Cristãos da cidade uma dura escolha: converter ao islã, pagar o imposto religioso ou morrer. “Eles disseram que não há lugar para Cristãos no Estado Islâmico”, um consternado refugiado disse desde o abrigo em Bashiqa, a 16 milhas de Mosul. “Ou você se torna muçulmano ou tem que partir”. As últimas 1500 famílias Cristãs de Mosul foram, segundo relatos, roubadas nas barreiras do Isis enquanto fugiam.Centenas encontraram abrigos nas áreas entre Mosul e Irbil — capital do governo regional do Curdistão — que são controlados por combatentes curdos peshmerga, mas têm um futuro incerto.“Se o Isis permanecer, não há jeito dos Cristãos retornarem”, disse o Padre Boutrous Moshi, que está em Qara Qoosh, uma área cristão no sudeste de Mosul. “Está nas mãos de Deus se retornaremos ou não. Eles não queimaram as igrejas, mas queimaram as imagens e livros e quebraram os vitrais”.Monges do mosteiro do século IV de Mar Behman, um grande local de peregrinação administrado pela Igreja Sírio Católica, só puderem levar as roupas do corpo.Sarab Hazem, do bairro Zehoor em Mosul, disse que inicialmente não houve ataques a Cristãos quando o Isis tomou a cidade em uma ofensiva relâmpago em junho, embora os combatentes do Isis tenham capturado e desaparecido com a polícia, agentes de segurança e soldados. “Ninguém sabe o que aconteceu com eles”, declarou.Então, estátuas de Cristo e da Virgem Maria foram destruídas. “Eles são selvagens”, afirmou Hazem. “É opressão sem razão. Creio que não é mais possível aos Cristãos viver no Iraque”.Bashar Nasih Behnam, 52, que fugiu com seus dois filhos na última sexta-feira, contou uma história semelhante: “Eles [Isis] nos ameaçaram e disseram que não podíamos ficar em Mosul, que tínhamos eu partir”, declarou. “Disseram que tínhamos condições: ou vocês as aceitam ou têm que sair. Então nós saímos”.Privados pelo Isis do racionamento do governo Iraquiano (um legado das sanções impostas na era de Saddam Hussein), eles temiam sair para ir à sua igreja, onde jihadistas retiraram a imagem da Virgem Maria e colocaram uma bandeira preta em seu lugar. Um mosteiro foi convertido em mesquita.Duas freiras que cuidavam de três órgãos foram sequestradas, mas depois liberadas. A letra árabe “N”, de Nasrani (cristãos), foi pintada nas portas das casas — para mostrar que foram confiscadas como propriedades do estado islâmico declarado pelo Isis.“Não há uma única família Cristã em Mosul”, Behnam disse. “A última era a de uma mulher Cristã deficiente. Ela ficou porque não podia sair. Eles vieram a ela e disseram: você tem que ir embora e, se não for, iremos cortar sua cabeça com uma espada. Era a última família”.“Não há uma única família que tenha partido e não tenha sido roubada. Eles tomaram nosso dinheiro, ouro, mesmo os brincos das orelhas [das mulheres]. Tomaram tudo, até telefones celulares.“Não sabemos se voltaremos. Até agora não temos idéia se poderemos retornar. Não sabemos o nosso destino. Tomaram até nossas casas em Mosul”.
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