«Caminho de perfeição»
Dizer que abandonamos a nossa vontade na de
outro parece muito fácil, até que, na realidade, se compreende ser a coisa mais
difícil que se pode fazer. […] O Senhor sabe o que cada um pode suportar, e a
quem vê com coragem não se detém em cumprir nele a sua vontade.
Quero
agora avisar-vos e recordar-vos qual é a sua vontade. Não tenhais medo de que
seja dar-vos riquezas, nem prazeres, nem honras, nem todas estas coisas da
terra. Não vos quer tão pouco, e tem em muito o que Lhe dais, e vo-lo quer pagar
bem, pois ainda em vossa vida vos dá o seu reino.
Quereis saber como
procede com os que Lhe dizem isto deveras? […] Vede o que deu Àquele a
quem mais amava, por onde se entende qual é a sua vontade. Assim, são
estes os seus dons neste mundo. Dá conforme ao amor que nos tem: aos que mais
ama dá mais destes dons; àqueles que menos ama dá menos, e conforme o ânimo que
vê em cada um e o amor que têm a Sua Majestade. A quem O amar muito,
verá que pode padecer muito por Ele; ao que O amar pouco, pouco. Tenho para mim
que a medida de se poder levar cruz grande ou pequena é a do amor.
Assim, irmãs, se o tendes, procurai que não sejam palavras de mero cumprimento
as que dizeis a tão grande Senhor, mas esforçai-vos em aceitar o que Sua
Majestade quiser. […] Sem darmos totalmente a nossa vontade ao Senhor,
para que em tudo o que nos toca Ele faça conforme à sua vontade, nunca nos
deixará beber da sua fonte de água viva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário