A 1ª leitura da noite de hoje deve ser refletida à luz do
nascimento, da morte e da ressurreição de Jesus, como devem ser relidos todos
os texto do Antigo Testamento. Mas vejamos Isaías: “O povo que andava nas
trevas viu uma grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra
sombria como a morte.” Situamo-nos
diante de uma nova criação. Deus vai restaurar a justiça, pondo ordem no caos.
É a nova criação!
“Porque o jugo que pesava sobre eles, a canga posta sobre
seus ombros, o bastão do opressor, tu o despedaçaste como no dia de Madiã.” Na
nova sociedade não haverá opressão. Deus elimina os instrumentos que a
possibilita.
Serão eliminados os instrumentos de opressão e o
ressentimento, pois tudo aquilo que causa opressão e a faz reviver no coração,
tudo aquilo que faz perenizar a dor, será eliminado.
“Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado..., e
lhe foi dado este nome: Conselheiro maravilhoso, Deus-forte, Pai-eterno,
Príncipe-da-paz.” A razão deste júbilo, desta esperança, está na chegada de
um menino que é identificado como gestor
da nova sociedade na qual o pobre, o pequeno serão respeitados e a justiça
imperará.
No Evangelho, vemos a chegada desse menino já mudando os
conceitos desde seu nascimento. Ele nasce como migrante, em um estábulo, em
meio a animais, porque não havia lugar para acomodá-lo; seu berço não é o
certamente preparado por José, mas uma manjedoura, e suas visitas são pobres
pastores. A história do nascimento de Jesus é bem diferente do que costumamos
ouvir quando se trata do nascimento de príncipes e filhos de classes abastadas.
Também é muito diferente do nascimento do filho de classe pobre. Jesus nasceu
durante uma viagem, fora da proteção de uma casa e longe dos parentes.
A única diferença é que seu nascimento, como Salvador, como
o Messias, é anunciado por anjos, mas
aos pastores e não aos poderosos. Mais ainda, aos pastores é dada a missão de comunicá-la
ao povo.
Ora, a grande novidade, a notícia mais importante que o
mundo poderia receber, vem diretamente de Deus e vai aos desprestigiados, aos
impuros, aos marginalizados, e são eles que deverão levá-la aos demais.
A Carta a Tito nos fala da mudança de nossa vida por causa
vinda de Jesus. Peçamos ao Senhor, para nós e para as pessoas que amamos, uma
mudança de valores. Que deixemos aquilo que traduz a riqueza deste mundo, que é
passageira e caduca, e assumamos de vez as riquezas anunciadas pelo Menino de
Belém, porque elas nos satisfazem plenamente e para sempre. São eternas!
Feliz Natal!
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