Largar para ganhar
Comentário do Frei
Heliodoro, oar
Jesus não deu nenhuma
receita mágica ao jovem rico que lhe perguntou: ‘O que devo fazer para alcançar a vida eterna?’ Jesus lhe diz: ‘Observe os Mandamentos. Isso parece fácil, pois, as
vezes, gostaríamos de viver uma fé mais fácil, servida por uma Igreja mais
popular, menos doutrinária e menos rigorosa em temas que a sociedade apresenta
como conquistas dos tempos.
Até Jesus, desde o
começo, tornou-se decepção para uns e indiferença para outros. O povo esperava
um salvador político, mas Ele escolheu a pobreza e a humildade. Deus, para bem
nosso, sempre espera de nós uma resposta positiva e um seguimento
incondicional, porque esse é o único caminho para chegar à vida eterna após a
vida terrena.
Para conseguir qualquer
objetivo são necessários uns mínimos e uns máximos. O mínimo para alcançar a
vida eterna é observar os Mandamentos. O máximo consiste em deixar tudo a
serviço do Reino de Deus, na vida consagrada. O
jovem do evangelho era um homem bom; ele sabia e observava os
Mandamentos. Jesus respeitando a liberdade do jovem, não lhe impõe: “deixe tudo para segui-lo”. O moço recusou a
proposta de Jesus, por que? “Porque ele estava apegado demais aos
bens materiais”. Ele tinha uma preocupação para o
final de sua vida: a salvação. Queria a vida eterna, mas não queria renunciar
aos bens terrenos. O jovem não era um ser livre, pois os bens materiais o
tinham dominado. Ele desejava a vida eterna, mas gostava mais dos bens materiais,
achando que iria viver sempre com eles.
Os bens materiais, bem
usados, são fonte de bem estar. Com eles vivemos dignamente, atendemos as
necessidades nossas e dos outros e, até, ajudamos em projetos solidários.
Quanto mais nos apegarmos aos bens materiais, mais distanciados estaremos de
Deus e do nosso verdadeiro destino.
É bom que, com
humildade, nos perguntemos, de vez em quando: o que temos que largar para
ganhar? O que nos sobra e o que nos falta?
O jovem rico, ao menos,
tinha curiosidade e preocupação de como alcançar a vida eterna. Hoje, os jovens
e não tão jovens, procuramos nos sentir bem protegidos pelos bens materiais,
que são necessários, mas também pensar um pouco mais, no que fazer ou de que
nos desfazer para ganhar os bens do espirito.
Como final desta
reflexão vale a pena pensar e guardar estes pensamentos:
Que os bens materiais aqui conseguidos, aqui ficam.
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