Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos
Naquele tempo, 46Jesus saiu de Jericó, junto com seus discípulos e uma grande multidão. O filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava sentado à beira do caminho. 47Quando ouviu dizer que Jesus, o Nazareno, estava passando, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” 48Muitos o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” 49Então Jesus parou e disse: “Chamai-o”. Eles o chamaram e disseram: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama!” 50O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus. 51Então Jesus lhe perguntou: “O que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Mestre, que eu veja!” 52Jesus disse: “Vai, a tua fé te curou”. No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho.
- Palavra da Salvação.
Comentário do Evangelho do 30º
Domingo Comum
A CEGUEIRA ESPIRITUAL
Frei Heliodoro
Fernandez, oar
O milagre de Jesus, curando
um cego, oferece elementos muito úteis para a nossa fé, a nossa oração e para o
nosso seguimento Dele.
Dá pena ver um cego
caminhando, apalpando, apoiando-se numa bengala ou guiado por alguém. Os cegos
vivem num mundo sem luz e sem cores. É o caso de Bartimeu que, além de cego,
também era pobre e precisava mendigar para sobreviver. A voz era seu único meio
de vida e de comunicação com os outros. Ele grita: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”
É estranha a falta de solidariedade
daqueles que podendo ajudar o cego e colocá-lo na frente de Jesus, pedem para
que ele se cale, porque incomodava com seus gritos. O cego, porém, insistia e
gritava ainda mais forte.
Longos anos o coitado
ficou chamando e agora sente a felicidade de ouvir a voz doce de Jesus que o
chama, o cura e depois lhe diz: “Vá, a
tua fé te salvou”. Diz o Evangelho
que: “O cego passou a enxergar,
levantou-se e começou a caminhar sem bengala, seguindo a Jesus”, pois
Aquele que o curou, merecia mais do que um muito obrigado. O cego é modelo de
oração para todos, pela fé, pela confiança e pela perseverança.
Transferindo tudo isto
para a nossa vida cristã, vemos que a verdadeira luz é a luz da fé e que os
piores cegos são aqueles que não querem
enxergar, ao colocarem obstáculos a sua fé.
Acaba de ser clausurado
em Roma o Sínodo da Família. E uma das conclusões preocupantes é que a família
cristã está deixando de ser transmissora da fé. A maioria das famílias não vê
nem sente aquilo que deseja para os filhos do hoje e do amanhã. Desejam que os
filhos enxerguem com os olhos de Cristo e sintam com o coração de Cristo?
Nossas famílias estão
orientadas pelos parâmetros do Evangelho ou pensam já estar salvos, apenas pelo
Batismo? É necessário que as famílias descubram por dentro a beleza da fé. Para
isso, a exemplo do cego do evangelho, imploremos; “Senhor, que eu possa ver”. Do contrário a família só verá aquilo
que o mundo lhe apresenta na grande vitrine do relativismo, do materialismo e
do consumismo. Hoje nos encontramos com um mundo contraditório onde vemos mas
não enxergamos com os olhos da fé. Dizemos ter Cristo, mas quando as coisas
não estão claras e a fé é fraca, temos medo de dar a cara por Cristo e de
manifestá-lo em nossos ambientes, mediante um bom comportamento cristão.
Que o Senhor nos envie
seu Espírito para que cure as cataratas espirituais que afetam a nossa
sociedade.
O Senhor, que nos
conhece, por dentro e por fora, faça que nosso olhar seja nítido e cristalino
para compreender que é Deus quem nos pode curar da cegueira psíquica, física e
espiritual e, com Evangelho na mente e no coração, possamos enxergar e caminhar
firmes e fortes com a luz da fé.
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