China, nos anos de 1950, na pior época da repressão comunista...
Numa escola paroquial, as crianças recitam solenemente suas orações; a Ir. Eufrásia está contente: há dois meses, muitas puderam fazer sua primeira comunhão, e fizeram-na com seriedade, do fundo do coração. Ela sorri à pergunta da pequena Li, de 10 anos:
_ Por que Nosso Senhor Jesus não nos ensinou a dizer: “Dai-nos hoje o arroz de cada dia?”.
As crianças comem arroz de manhã, à tarde e à noite, como responder a tal pergunta?
_ É que... pão quer dizer Eucaristia –respondeu a religiosa.
É verdade que a Ir. Eufrásia brilhava mais pelo seu coração que pela sua teologia!
_ Pedes ao bom Jesus a comunhão de cada dia. Para teu corpo, precisas de arroz. Mas tua alma, que vale mais que o corpo, tem fome desse pão que é o Pão da Vida!
No mês de maio, logo que Li fez sua primeira comunhão, ela disse a Jesus no seu coração: “Dá-me sempre do Pão de cada dia, para que minha alma viva e se porte bem!”. Desde então, Li vai comungar todos os dias. Mas ela tem consciência de que os “maus” (os sem-Deus comunistas) podem a qualquer momento impedi-la de tomar Jesus na comunhão. Então ela reza ardentemente para que isso nunca aconteça. Eles já entraram uma vez na sala de aula, e um deles se dirigiu às crianças:
_ Devolvam-me já todos os vossos ídolos!
Li sabia bem o que ele queria dizer.
Aterrorizadas, as crianças tiveram de entregar suas imagens pias cuidadosamente pintadas. Depois, num gesto de raiva, o comissário tinha arrancado o crucifixo da parede e atirado no chão, e pisoteado gritando: “A nova China não tolera mais essas grosseiras superstições!”.
A pequena Li, que gostava tanto de sua imagem do Bom Pastor, tentou escondê-la na sua blusa; era a imagem da sua primeira comunhão! Uma bofetada sonora fê-la perder o equilíbrio, e ei-la no chão. O comissário chamou o pai da criança e se aplicou a humilhá-lo antes de atá-lo de pés e mãos com corda. Nesse dia, todas as pessoas da aldeia levadas às pressas pela polícia se amontoavam na igreja para um novo tipo de “sermão” berrado pelo comissário, ridicularizando os missionários e os “agentes do imperialismo americano”... Depois, como uma voz de trovão, ordenou às milícias que arrombassem o sacrário. A assembléia reteve a respiração e rezou fervorosamente.
Voltado para a multidão, o homem berra: “Vamos ver agora se vosso Cristo sabe se defender. Eis o que faço com vossa ‘Presença Real’. Truques do Vaticano, para melhor vos explorar!”.
Dessa dita, pegou o cibório e atirou sobre as lajes todas as hóstias. Os fiéis, siderados, recuaram abafando um grito. A pequena Li fica petrificada no lugar. Oh, o que fizeram com o Pão! Seu coraçãozinho reto e inocente começou a sangrar perante as hóstias dispersas no chão. Não haverá ali ninguém para defender Jesus? O comissário zomba, um riso grosso entrecorta suas blasfêmias. Li chora em silêncio.
“E agora, fora... vão embora!” – berra o comissário. “E ai daquele que se atreva a voltar a esse antro de superstições!”. A igreja se esvazia, mas além dos anjos adoradores sempre presente s à volta de Jesus-hóstia, uma testemunha mantém-se ali, nada perdendo da cena que se desenrola sob seus olhos. É o Pe. Lucas, das Missões Estrangeiras. Escondido pelos paroquianos num reduto do coro, esse se dispõe de uma lucarna que dá para a igreja. Ele mergulha em oração reparadora e sofre por não poder se mexer: um gesto de sua parte e seus paroquianos que o camuflavam ali são presos por traição.
“Senhor Jesus, tende piedade de Vós mesmos, reza ele angustiado, impedi esse sacrilégio, Senhor Jesus!”.
De repente, um ranger quebra o pesado silêncio da igreja. A porta se abre devagarzinho. É a pequena Li! Ela tem apenas 10 anos e ei-la que se aproxima do altar, com seus pequenos passos de chinesa... O Pe. Lucas treme por ela: ela pode ser morta a qualquer momento! Mas ele não pode se comunicar com ela, só pode olhar e suplicar a todos os santos do Céu que poupem essa criança. A garota se prosterna e adora em silêncio, como lhe ensinou a Ir. Eufrásia. Ela sabe que deve preparar seu coração antes de receber Jesus. De mãos postas, ela dirige uma misteriosa oração ao seu querido Jesus destratado e abandonado. Depois o Pe. Lucas a vê abaixar e, de quatro, apanhar uma hóstia com a língua. Ei-la agora de joelhos, de olhos fechados e voltados para o interior para seu Visitante celeste. Cada segundo pesa muito, o Pe. Lucas teme o pior... Se somente pudesse falar-lhe! Mas a criança vai embora mansamente como tinha chegado, quase saltitando.
As “baixas” continuam e a brigada volante dos serviços da ordem vasculha minuciosamente toda a aldeia e suas proximidades. Tal é o destino da “Nova China”. Entre os camponeses em suas cabanas de bambu, eles ignoram tudo o que está por vir.
No entanto, todas as manhãs, nossa pequena Li se escapa para encontrar seu Pão Vivo na igreja e, reproduzindo exatamente a cena da véspera, ela toma uma hóstia coma língua e desaparece. O Pe. Lucas reprimia sua raiva: Por que não as toma todas? Ele sabe o número das hóstias: 32. Ela não sabe, pois, que pode catar várias ao mesmo tempo? Não, ela não sabe. A Ir. Eufrásia tinha sido bem clara: “Uma só hóstia por dia basta. E não se toca na hóstia, recebe-se na língua!”. A pequena se conforma às regras.
Um dia, só reta uma única hóstia. Ao amanhecer, a criança penetra com esperteza como de costume na igreja e se aproxima do altar. Ajoelha-se e reza junto da hóstia. Então, Pe. Lucas abafa um grito. Um miliciano, em pé no vão da porta, aponta seu revólver. Ouve-se só um disparo seco, seguido de uma grande gargalhada. A criança cai estendida imediatamente.
O Pe. Lucas a crê morta, mas não, vê-a rastejar com dificuldade para a hóstia e colar nela a boca. Alguns sobressaltos convulsivos, seguidos de um súbito relaxamento. A pequena Li está morta. Elas salvou todas as hóstias!
Numa escola paroquial, as crianças recitam solenemente suas orações; a Ir. Eufrásia está contente: há dois meses, muitas puderam fazer sua primeira comunhão, e fizeram-na com seriedade, do fundo do coração. Ela sorri à pergunta da pequena Li, de 10 anos:
_ Por que Nosso Senhor Jesus não nos ensinou a dizer: “Dai-nos hoje o arroz de cada dia?”.
As crianças comem arroz de manhã, à tarde e à noite, como responder a tal pergunta?
_ É que... pão quer dizer Eucaristia –respondeu a religiosa.
É verdade que a Ir. Eufrásia brilhava mais pelo seu coração que pela sua teologia!
_ Pedes ao bom Jesus a comunhão de cada dia. Para teu corpo, precisas de arroz. Mas tua alma, que vale mais que o corpo, tem fome desse pão que é o Pão da Vida!
No mês de maio, logo que Li fez sua primeira comunhão, ela disse a Jesus no seu coração: “Dá-me sempre do Pão de cada dia, para que minha alma viva e se porte bem!”. Desde então, Li vai comungar todos os dias. Mas ela tem consciência de que os “maus” (os sem-Deus comunistas) podem a qualquer momento impedi-la de tomar Jesus na comunhão. Então ela reza ardentemente para que isso nunca aconteça. Eles já entraram uma vez na sala de aula, e um deles se dirigiu às crianças:
_ Devolvam-me já todos os vossos ídolos!
Li sabia bem o que ele queria dizer.
Aterrorizadas, as crianças tiveram de entregar suas imagens pias cuidadosamente pintadas. Depois, num gesto de raiva, o comissário tinha arrancado o crucifixo da parede e atirado no chão, e pisoteado gritando: “A nova China não tolera mais essas grosseiras superstições!”.
A pequena Li, que gostava tanto de sua imagem do Bom Pastor, tentou escondê-la na sua blusa; era a imagem da sua primeira comunhão! Uma bofetada sonora fê-la perder o equilíbrio, e ei-la no chão. O comissário chamou o pai da criança e se aplicou a humilhá-lo antes de atá-lo de pés e mãos com corda. Nesse dia, todas as pessoas da aldeia levadas às pressas pela polícia se amontoavam na igreja para um novo tipo de “sermão” berrado pelo comissário, ridicularizando os missionários e os “agentes do imperialismo americano”... Depois, como uma voz de trovão, ordenou às milícias que arrombassem o sacrário. A assembléia reteve a respiração e rezou fervorosamente.
Voltado para a multidão, o homem berra: “Vamos ver agora se vosso Cristo sabe se defender. Eis o que faço com vossa ‘Presença Real’. Truques do Vaticano, para melhor vos explorar!”.
Dessa dita, pegou o cibório e atirou sobre as lajes todas as hóstias. Os fiéis, siderados, recuaram abafando um grito. A pequena Li fica petrificada no lugar. Oh, o que fizeram com o Pão! Seu coraçãozinho reto e inocente começou a sangrar perante as hóstias dispersas no chão. Não haverá ali ninguém para defender Jesus? O comissário zomba, um riso grosso entrecorta suas blasfêmias. Li chora em silêncio.
“E agora, fora... vão embora!” – berra o comissário. “E ai daquele que se atreva a voltar a esse antro de superstições!”. A igreja se esvazia, mas além dos anjos adoradores sempre presente s à volta de Jesus-hóstia, uma testemunha mantém-se ali, nada perdendo da cena que se desenrola sob seus olhos. É o Pe. Lucas, das Missões Estrangeiras. Escondido pelos paroquianos num reduto do coro, esse se dispõe de uma lucarna que dá para a igreja. Ele mergulha em oração reparadora e sofre por não poder se mexer: um gesto de sua parte e seus paroquianos que o camuflavam ali são presos por traição.
“Senhor Jesus, tende piedade de Vós mesmos, reza ele angustiado, impedi esse sacrilégio, Senhor Jesus!”.
De repente, um ranger quebra o pesado silêncio da igreja. A porta se abre devagarzinho. É a pequena Li! Ela tem apenas 10 anos e ei-la que se aproxima do altar, com seus pequenos passos de chinesa... O Pe. Lucas treme por ela: ela pode ser morta a qualquer momento! Mas ele não pode se comunicar com ela, só pode olhar e suplicar a todos os santos do Céu que poupem essa criança. A garota se prosterna e adora em silêncio, como lhe ensinou a Ir. Eufrásia. Ela sabe que deve preparar seu coração antes de receber Jesus. De mãos postas, ela dirige uma misteriosa oração ao seu querido Jesus destratado e abandonado. Depois o Pe. Lucas a vê abaixar e, de quatro, apanhar uma hóstia com a língua. Ei-la agora de joelhos, de olhos fechados e voltados para o interior para seu Visitante celeste. Cada segundo pesa muito, o Pe. Lucas teme o pior... Se somente pudesse falar-lhe! Mas a criança vai embora mansamente como tinha chegado, quase saltitando.
As “baixas” continuam e a brigada volante dos serviços da ordem vasculha minuciosamente toda a aldeia e suas proximidades. Tal é o destino da “Nova China”. Entre os camponeses em suas cabanas de bambu, eles ignoram tudo o que está por vir.
No entanto, todas as manhãs, nossa pequena Li se escapa para encontrar seu Pão Vivo na igreja e, reproduzindo exatamente a cena da véspera, ela toma uma hóstia coma língua e desaparece. O Pe. Lucas reprimia sua raiva: Por que não as toma todas? Ele sabe o número das hóstias: 32. Ela não sabe, pois, que pode catar várias ao mesmo tempo? Não, ela não sabe. A Ir. Eufrásia tinha sido bem clara: “Uma só hóstia por dia basta. E não se toca na hóstia, recebe-se na língua!”. A pequena se conforma às regras.
Um dia, só reta uma única hóstia. Ao amanhecer, a criança penetra com esperteza como de costume na igreja e se aproxima do altar. Ajoelha-se e reza junto da hóstia. Então, Pe. Lucas abafa um grito. Um miliciano, em pé no vão da porta, aponta seu revólver. Ouve-se só um disparo seco, seguido de uma grande gargalhada. A criança cai estendida imediatamente.
O Pe. Lucas a crê morta, mas não, vê-a rastejar com dificuldade para a hóstia e colar nela a boca. Alguns sobressaltos convulsivos, seguidos de um súbito relaxamento. A pequena Li está morta. Elas salvou todas as hóstias!
Fonte:
Livro “O Menino escondido de Medjugorje” (Cap. 25 – A pequena Li)
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