O Padre Anchieta já foi beatificado, já ganhou o título de Apóstolo do Brasil e vai ser canonizado nesta quinta-feira (3). O Papa Francisco vai assinar, no Vaticano, na Itália, o decreto que canoniza o jesuíta. Padre Anchieta será chamado de São José de Anchieta.
No Brasil as homenagens já começaram em muitas cidades por onde o Padre Anchieta passou. Em praticamente todas as igrejas do Brasil os sinos tocaram às 9h nesta quarta-feira (2) para homenagear Padre Anchieta.
O jesuíta deixou sua marca em vários estados do Brasil. Em Anchieta, no Espírito Santo, onde ele morreu tem um museu em homenagem a ele. No quarto onde vivia está um pedaço do osso da perna de Anchieta.
Em Magé, região metropolitana do Rio, o jesuíta abençoou uma fonte. As águas têm fama de poder de cura. O local atrai turistas e ficou conhecido como o poço José de Anchieta.
José de Anchieta nasceu nas Ilhas Canárias, na Espanha, foi educado em Portugal e veio educar no Brasil. No século 16, num país sem estradas, sem facilidade nenhuma de transporte não deixa de ser impressionante o fato de Anchieta ter atuado na Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
A missão de Padre Anchieta era catequizar. No dia 25 de janeiro de 1554 fundou um colégio que daria origem à maior cidade da América Latina. São Paulo, agradecida, faz questão de lembrar o nome de Anchieta.
No Palácio Anchieta funciona a Câmara Municipal e é pela Rodovia Anchieta que a produção brasileira chega ao Porto de Santos para ser exportada.
“No começo da igreja não precisava de milagre. Era mártir. Dava a vida por Jesus. O que vale para Jose de Anchieta é a vida santa que ele teve. A vida heroica de sacrifício, a vida de oração muito grande. A marca dele é esse: é santo pela vida com Deus e pela vida com o povo, sobretudo índio”, fala a postuladora de santo, irmã Célia Cadorin.
Aprendeu a falar em tupi-guarani para se comunicar melhor com os índios. José de Anchieta vai ser canonizado sem um histórico de milagres. Para os religiosos a canonização mostra que a lição de Anchieta é atual para a igreja católica.
“O próprio Papa Francisco diz que a gente tem que ser uma igreja em saída. Anchieta nos lembra isso. Um homem que vai em busca, ele foi ao encontro dos indígenas, conhecer a linguagem deles, conversar na língua deles. Formulou a gramática da língua tupi. Foi um homem interessado em evangelizar levando em conta cultura daquela gente, respeitando a cultura e os valores daquelas pessoas”, explica o coordenador de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, Tarcísio Marques Mesquita.
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