A revista norte-americana The Weekly
Standard advertiu recentemente sobre a “perseguição contemporânea dos cristãos”,
assegurando que requer atenção mundial porque “está ocorrendo em uma escala
massiva, é subestimada e, em muitas partes do mundo, está crescendo
rapidamente”.
O artigo, intitulado “A guerra
contra os cristãos” e escrito pelo pesquisador Paul Marshall, recordou que entre
2006 e 2012, segundo um relatório do Pew Fórum sobre Religião e Vida Pública “os
cristãos estão sofrendo perseguição em mais lugares hoje que qualquer outro
grupo religioso”.
Paul Marshall é pesquisador
principal no Centro para a Liberdade Religiosa do Instituto Hudson, e coautor do
livro: “Perseguidos: O Ataque Global contra os Cristãos”.
“Entre 2006 e 2012, diz Pew, (os
cristãos) foram objeto de perseguição em 151 países, três quartos dos Estados do
mundo”, disse.
Marshall assinalou que resultados
parecidos são divulgados pelo Vaticano, pelas revistas Newsweek, The Economist e
no grupo de apoio aos cristãos Open Doors.
Entretanto, escreveu, “a maioria das
pessoas no ocidente não são conscientes destes fatos, embora isso possa estar
mudando”.
“Poucos casos têm cobertura da
imprensa: a desesperada situação de Meriam Ibrahim, por exemplo, que deu à luz
em uma prisão sudanesa há pouco tempo. Ela foi criada cristã, mas depois que as
autoridades souberam que o seu pai, ausente por muito tempo, era um muçulmano,
foi condenada à morte por apostasia, por deixar o Islã”, recordou.
Outros casos que atraíram a atenção
midiática, disse Marshall, foram a sentença a uma vida de trabalhos forçados
dada ao missionário sul-coreano Kim Jong-uk na Coréia do Norte, por “espionagem
e por tentar começar uma igreja”, e a demolição de uma igreja de 3000 membros
por parte do governo.
E a mais notória, foi “o sequestro
para escravizar centenas de estudantes na Nigéria, em 14 de abril, por parte do
Boko Haram, vinculado à Al Qaeda”,
“Embora as meninas sequestradas
incluam muçulmanas (Boko Haram as considera apóstatas por sua educação
ocidental), a maioria são cristãs”.
Estes casos, disse o jornalista
norte-americano, “conseguem a atenção midiática porque são particularmente
comovedores ou dramáticos, ou envolvem estrangeiros; mas nossos meios perdem
incontáveis outras histórias”.
Paul Marshall apontou que “desde os
sequestros, Boko Haram matou –não sequestrou, matou– centenas de pessoas, muitos
na área cristã de Gwoza, do estado de Borno State (nordeste da Nigéria),
destruiu 36 Igrejas e sequestrou pelo menos outras 8 meninas”.
Marshall lamentou a inanição dos
Estados Unidos em matéria da defesa da liberdade religiosa, indicando que “agora
os Estados Unidos estão mais calados, enquanto outros se expressam”.
“O primeiro-ministro britânico David
Cameron disse recentemente que ‘nossa religião é agora a religião mais
perseguida no mundo’ e ‘devemos colocar-nos de pé contra a perseguição de
cristãos e outros grupos religiosos seja onde seja e sempre que possível’”.
Por sua parte, recordou Marshall, a
chanceler alemã Angela Merkel “destacou repetidamente que os cristãos são o
grupo religioso mais perseguido no mundo”.
“Provavelmente, o mais aberto para
falar é Vladimir Putin; não há dúvida que isso reflete seu cálculo geopolítico,
mas permanece o fato de que está enfatizando o assunto”.
Para o jornalista norte-americano há
esperanças para que os Estados Unidos intervenham neste tema, depois da proposta
do “Pedido de Solidariedade e Chamado à Ação para a Liberdade Religiosa no
Oriente Médio”.
Este pedido, disse, “enfoca-se no
Oriente Médio e especificamente na Síria, Iraque e Egito. Estes são países onde
a situação se deteriorou rapidamente ao ponto onde comunidades cristãs, junto
com minorias religiosas menores como mandeanos, yezidis, baha’is h ahmadis,
agora enfrentam ‘uma ameaça existencial a sua presença nas terras onde o
cristianismo tem suas raízes’”.
Apoiando este pedido se encontram
importantes autoridades católicas nos Estados Unidos, assim como ortodoxos
gregos, batistas, evangélicos, entre outros.
Entretanto, disse Marshall, “ainda
se sente falta de uma mobilização a grande escala de pessoas livres em apoio aos
cristãos perseguidos ao redor do mundo”.
Fonte: ACI Digital (Agência Católica
Internacional de Notícias)