(A
TRANSFIGURAÇÃO)
Comentário do Frei Heliodoro, oar
Grandes empresas e grandes ideais, têm mais sucesso
quando realizados em grupo. Igual acontece com as cruzes, sofrimentos e
problemas, quando repartimos o peso com várias pessoas é mais fácil suportá-lo.
Jesus após das tentações escolheu três amigos e os levou, para o alto da
montanha, monte Tabor. Os apóstolos nada sabiam. De repente, lá no topo, tudo
mudou e eles se sentiram tão bem, que queriam ficar lá para sempre, desfrutando
da visão fantástica de Jesus transfigurado e resplendente, acompanhado de
Moisés e Elias.
Quando nos afastamos do barulho e da vida agitada para
encontrar-se com Deus, num retiro, por exemplo, sentimos como é bom estarmos na
presença do Senhor. Pedro tinha razão: ‘Como
é bom é estarmos aqui’, mas a vida não é assim: Viver é caminhar, é sair da
rotina para procurar algo melhor, o Reino de Deus. Para isso temos de descer a
ladeira, pois é ai, no nosso dia a dia que Deus se faz presente; onde Ele
consola e anima, mas também, ele exige esforço, sair do comum e aspirar o
máximo e não se conformar com as felicidades fugazes. Pedro, Tiago e João viram
uma glória fascinante. O monte Tabor foi uma experiência que marcaria o rumo de
suas vidas. Eles tiveram que descer, tiveram que seguir Jesus até o Calvário,
porque não é questão de ser feliz atoa na vida “vendo a banda passar”. Trata-se
de estar inseridos no projeto de Deus. Jesus não nos quer voando ou perdidos
nas nuvens, mas Ele nos quer com os pés no chão, nos problemas e tarefas do dia
a dia.
Nunca esteve tão ausente como agora, a oração
contemplativa ou momentos de intimidade com Deus. A meditação ajuda muito a
colocar as coisas no seu lugar. Estamos demais envolvidos pela filosofia de uma
sociedade que controla tudo; por uma sociedade absolutista que deixa pouco
espaço para pensar e agir por nós mesmos. Não precisamos fugir, mas ter mais
momentos com Deus, distanciar-nos do emaranhado de situações que nos produzem
enjoo.
Que este segundo domingo de Quaresma nos comprometa a
seguir Jesus, que se oferece a nós como
companheiro do caminho a percorrer com nossas cruzes, para não esquecer que
somos cristãos e que temos um destino de eternidade, e saber ‘além da Cruz não há outra escada para
subir ao Céu’.
Nossa presença na Missa, quando bem participada, deve
levar-nos a dizer: “como é bom estarmos
aqui”, mas também deve levar-nos a esta convicção: o mundo, a família, o
trabalho, o estudo e a sociedade nos esperam aí fora. É nesses ambientes onde
temos que dar fé do que na Eucaristia temos visto, escutado, vivido e
compartilhado. Hoje ouvimos, mais uma vez, a voz do Pai: “Este é o meu Filho muito amado, escutai-o”... Procuremos aí fora
praticar o que ouvimos hoje aqui.
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