pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos. (1Tm 6, 10)
Neste tempo da Quaresma, a Igreja nos exorta para que nos desprendamos das coisas da terra e cumulemos nossas riquezas em Deus. Pois quem ama desordenadamente as coisas da terra não deixa lugar na alma para o amor a Deus.
Deus pôs à disposição de todos os homens – e não apenas a alguns – meios para nos desenvolvermos em sociedade. Tudo nos deve servir para amar a Deus e aos outros. O que temos, apenas recebemos e cuidamos para um dia devolver ao verdadeiro Senhor das coisas. Somos, portanto, administradores desses bens por um breve espaço de tempo. Assim, para a eternidade, só levaremos o que partilhamos e o que investimos para o bem de todos, não o que acumulamos apenas para nós. Quem acumula só para si inverte o plano do Criador.
Se nos apegamos às coisas que temos e não praticamos atos de desprendimento, se os bens não nos servem para fazer o bem, se nos separam do Senhor, então não são bens, convertem-se em males. Mas se formos generosos e tratarmos os outros como filhos de Deus, seremos felizes aqui na terra e depois na outra vida. Com o bom uso que fizermos dos bens materiais que Deus confiou a cada um de nós, seja muito ou pouco, ganharemos a vida eterna. Pois a caridade, nas suas diversas formas, é sempre realização do Reino de Deus já aqui na terra, bem como a única bagagem que nos sobrará deste mundo que passa.
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